Você gosta de cozinhar? Adoraria comer comidinha caseira, mas não tem tempo para perder na cozinha? Este material faz a gente pensar.
O mundo é o que você come foi a tarefa 3 da edição substituta aplicada em Granada, em outubro de 2024.
Você está organizando um curso de culinária no condomínio onde mora. Para convencer seus vizinhos sobre os benefícios de se cozinhar em casa, escreva a eles uma carta, utilizando argumentos apresentados no texto “O mundo é o que você come”. |
Como fazer a tarefa
Concentre-se no que for pedido.
Para isso, preste muita atenção ao ENUNCIADO. O que pedem a você?
- emissor ou locutor ⇒ (você) morador de um condomínio e organizador de um curso de culinária
- interlocutor ⇒vizinhos do condomínio onde mora
- gênero textual ⇒ carta
- finalidade do texto ⇒ como organizador de um curso de culinária você pretende convencer seus vizinhos a cozinharem em casa, apresentando os argumentos do autor do texto “O mundo é o que você come”.
Vamos ao texto da tarefa
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O mundo é o que você come
Para o americano Michael |
No início, era o churrasco. Depois vieram os cozidos, os assados, os fermentados. E os ultraprocessados, que, na opinião do jornalista Michael Pollan, nos tiram da cozinha e, portanto, do controle de nossa dieta. Nos EUA, o tempo médio gasto no preparo de refeições em casa caiu pela metade desde os anos 1960. Autor de várias obras sobre alimentação, Pollan falou à SUPER sobre seu livro, Cozinhar – Uma História Natural da Transformação, em que vestiu o avental de cozinheiro para investigar métodos de cozimento e a importância de pilotar o próprio fogão. O livro deu origem à série Cooked, que estreou em fevereiro no Netflix.
Cozinhar é um ato político?
É um jeito de retomar o controle da sua dieta, que hoje está com as corporações. São elas que decidem quem cultiva o quê e quanto açúcar, sal e gordura vai na comida. Quando você cozinha, você tem influência na agricultura. Você vota, com seu garfo, pelo local ou pelo global, e toma decisões sobre energia e água.
E como a experiência de cozinhar para o livro o transformou?
Passei a comer melhor e até perdi peso. Aprendi sobre agricultura, e passei a respeitá-la mais, e sobre o poder das refeições em família. Também fiquei mais sociável, porque, se você cozinha, faz sentido convidar pessoas para comer com você.
Se cozinhar nos tornou humanos, como deixar de cozinhar nos afeta?
Os países em que se cozinha mais têm menos obesidade. Quanto menos se cozinha, mais fast food se consome. Em casa, as pessoas deixam de comer juntas. O adolescente come uma pizza congelada; a mãe, uma salada; o pai, um pedaço de carne pré-preparada; as crianças comem enquanto fazem outra atividade, como lição de casa. A vida familiar se torna mais difusa. E há mesmo um efeito na civilidade. Nas refeições, as crianças aprendem a arte de viver em sociedade: a dividir, a esperar a vez, a discutir sem brigar.
Como reverter a tendência mundial de cozinhar menos?
Como jornalistas, contando histórias que estimulem as pessoas a voltar para a cozinha. Aprendo tanto sobre a natureza ao manusear animais e plantas: aprendo sobre transformações, sobre química, física, biologia. E também cultura, porque você está trabalhando com tradições. É um dos jeitos mais intelectualmente absorventes de passar o tempo.
Como transformar açúcar em álcool, por exemplo. Essas transformações são milagres, mas a maioria não pensa sobre isso.
Ao mesmo tempo em que muita gente já não cozinha tanto nem se senta para comer em família, um monte de fotos de comida é postada nas redes sociais.
Esse contato não é tão íntimo. Não contempla a habilidade de conectar com todos os nossos sentidos. As pessoas estão muito interessadas em comida e em cozinhar, mas não cozinham. É uma cultura do espectador, de ver mais do que fazer. A indústria prefere assim, pois pode fazer por nós.
Há comidas muito atrativas, como batatas fritas, que dão trabalho para fazer. Mas as companhias tornam simples comer isso todo dia. No livro Regras da Comida, eu digo que você pode comer toda a junk food que puder cozinhar. O ato de cozinhar regula a alimentação.
Fonte: Superinteressante, edição 363/jul/2016, p. 20-21. (adaptado)
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Mais informações 👉 Michael Pollan
Como poderia ser a sua carta?
A carta é um gênero textual. Dentro deste gênero, temos diferentes tipos de carta:
- carta pessoal
- carta comercial ou empresarial
- carta oficial
A estrutura e a linguagem (formal/informal) vão variar dependendo dos interlocutores e do objetivo da carta. Basicamente, em todas as cartas será necessário colocarmos:
1- Cidade e data (canto superior esquerdo)
2- Em cartas impessoais: nome do destinatário, do cargo ocupado e da empresa ou instituição.
3- Corpo do texto: a mensagem e seu propósito.
- Em cartas pessoais, a organização dessa parte vai depender de fatores e circunstâncias individuais.
- Em cartas oficiais ou comerciais, a mensagem deve ser concisa, clara e objetiva.
4- Desfecho: é a parte final do texto com a conclusão da mensagem, de maneira cordial.
- Em cartas pessoais: (p. ex.) Espero poder viajar nas férias e matar as saudades. Um abraço carinhoso.
- Em cartas oficiais ou comerciais: (p. ex.) Agradeço a atenção e aguardo seu retorno. Atenciosamente
5- Assinatura:
- As cartas pessoais serão assinadas somente com o nome, ou com um apelido
- As cartas comerciais, empresariais ou oficiais deverão ser assinadas com o nome e o cargo ocupado ou desempenhado.
⚠️Mas atenção: as tarefas do Celpe-Bras nunca deverão ser assinadas com seu nome verdadeiro. Isso anularia sua prova. Use sempre nomes fictícios.
Como poderia ser esta carta?
Porto Alegre, 20 de janeiro de 2025
Prezados condôminos (ou caros vizinhos)
Convido todos vocês ao meu curso…..
…onde apresentarei também maneiras de cozinhar em nossa própria casa, com os benefícios que isso…
(Coloque os itens mencionados pelo autor, mas não é copiar e colar. Use suas próprias palavras.)
Esperando contar com a presença de todos vocês, agradeço a atenção e os espero… (data, hora, lugar etc.)
Atenciosamente
Marcos F. (morador do 601)
Não há um modelo fixo de cartas e de desenvolvimento dos textos. Vai depender de cada um. O importante é escolher o tipo de linguagem (formal ou informal) e adaptar nosso texto ao interlocutor.
Não é o mesmo escrever a uma amiga que ao gerente de uma empresa.
No caso de seus vizinhos, o público é heterogêneo. Além da idade, o relacionamento entre alguns será mais próximo, e entre outros mais distante. É mais conveniente o uso de linguagem formal, evitando gírias e abreviaturas.
A tarefa número 3 desta edição do Celpe-Bras para as demais regiões foi BIOJOIAS
Você prestou a prova em postos aplicadores de Granada? Esta foi a sua tarefa? Comente pra gente.
Dúvidas ou sugestões?
foneticando.portugues@gmail.com